Imediatamente após a Educação Infantil a criança de seis anos é “parafusada” numa cadeira dura
para estudar palavratório durante horas e horas.
Será, por acaso que a criança em desenvolvimento, essa força da natureza, essa exploradora
aventurosa, é mantida imóvel, petrificada, confinada, reduzida à contemplação das paredes,
enquanto o sol brilha lá fora, obrigada a prender a bexiga e os intestinos quatro horas por dia,
exceto alguns minutos de recreio, durante sete anos ou mais? Haverá maneira melhor de
aprender a submissão? Isso penetra pelos músculos, sentidos, tripas, nervos e neurônios. Tratase
de uma verdadeira lição de totalitarismo. A posição sentada é reconhecidamente nefasta para a
postura e para a circulação, no entanto eis nosso homem ocidental com problemas na coluna, as
veias esclerosadas, os pulmões retraídos, hemorróidas e nádegas achatadas... faz um século que
vemos as crianças arrastando os pés embaixo das carteiras, entortando o corpo e pulando como
rãs quando a sineta bate (sem falar nos 20% de escolioses). Esse tipo de manifestação é
atribuído a turbulência infantil, nunca à imobilidade insuportável imposta às crianças – a culpa é
sempre da própria vítima. Não é um acaso, é um plano. Um plano desconhecido para os que os
cumprem. Trata-se de domar. Domesticar fisicamente essa máquina fantástica de desejos e
prazeres que é a criança.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Objetivos do Ensino Fundamental
Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensino fundamental que os
alunos sejam capazes de:
1) compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de
direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de
solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o
mesmo respeito;
2) posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações
sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
3) conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais,materiais e
culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e
pessoal e o sentimento de pertinência ao País;
4) conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro,bem como
aspectos socioculturais de outros povos e nações,posicionando-se contra qualquer
discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de
etnia ou outras características individuais e sociais;
5) perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente,identificando
seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do
meio ambiente;
6) desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas
capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção
social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da
cidadania;
7) conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um
dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à
sua saúde e à saúde coletiva;
8) utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como
meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das
produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e
situações de comunicação;
9) saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e
construir conhecimentos;
10) questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para
isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica,
selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
alunos sejam capazes de:
1) compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de
direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de
solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o
mesmo respeito;
2) posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações
sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
3) conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais,materiais e
culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e
pessoal e o sentimento de pertinência ao País;
4) conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro,bem como
aspectos socioculturais de outros povos e nações,posicionando-se contra qualquer
discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de
etnia ou outras características individuais e sociais;
5) perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente,identificando
seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do
meio ambiente;
6) desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas
capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção
social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da
cidadania;
7) conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um
dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à
sua saúde e à saúde coletiva;
8) utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como
meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das
produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e
situações de comunicação;
9) saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e
construir conhecimentos;
10) questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para
isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica,
selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
Exercício intermodular 1
Você receberá uma turma de alunos novos no início do ano letivo. Alguns já conhece, outros tem
notícia a partir do que os outros professores contaram. Escolha três crianças desse grupo para
realizar um diagnóstico. Essas três crianças devem ser as que têm maiores problemas de
aprendizagem ou de “indisciplina”. Anote num caderno tudo o que observar sobre elas: sua
família, onde moram, quantos irmãos, se ajudam em casa através de algum trabalho, se têm
apoio de alguém na família para estudar, se passam necessidades afetivas, materiais ou sociais,
se têm alguma doença ou deficiência, quem são seus amigos, quais suas brincadeiras preferidas,
o que os deixa felizes ou tristes, se já reprovaram, quais foram seus professores anteriores, enfim,
todo o conhecimento possível deverá ser registrado num texto para entregar no próximo encontro.
Leia esse material produzido por você e reflita sobre os pontos que essas crianças precisam de
ajuda: o que é seu, o que é da família, o que é da rede de atenção à criança. Encaminhe o que
não for seu. Então, coloque-as sentadas próximas a você, acolha-as de uma forma especial
todos os dias, despeça-se delas de maneira carinhosa, dê uns 5 minutos de seu dia para a
atenção individualizada, olhe seus cadernos, mostre a elas que têm alguém para poder contar
nesse ano. Toda a alteração que acontecer no período deverá ser anotada.
Traga para apresentar no próximo encontro sua produção escrita.
Para os coordenadores e diretores compete o acompanhamento de cada trio escolhido nas salas
e o apoio no que for necessário para o professor conseguir encaminhar o trabalho.
notícia a partir do que os outros professores contaram. Escolha três crianças desse grupo para
realizar um diagnóstico. Essas três crianças devem ser as que têm maiores problemas de
aprendizagem ou de “indisciplina”. Anote num caderno tudo o que observar sobre elas: sua
família, onde moram, quantos irmãos, se ajudam em casa através de algum trabalho, se têm
apoio de alguém na família para estudar, se passam necessidades afetivas, materiais ou sociais,
se têm alguma doença ou deficiência, quem são seus amigos, quais suas brincadeiras preferidas,
o que os deixa felizes ou tristes, se já reprovaram, quais foram seus professores anteriores, enfim,
todo o conhecimento possível deverá ser registrado num texto para entregar no próximo encontro.
Leia esse material produzido por você e reflita sobre os pontos que essas crianças precisam de
ajuda: o que é seu, o que é da família, o que é da rede de atenção à criança. Encaminhe o que
não for seu. Então, coloque-as sentadas próximas a você, acolha-as de uma forma especial
todos os dias, despeça-se delas de maneira carinhosa, dê uns 5 minutos de seu dia para a
atenção individualizada, olhe seus cadernos, mostre a elas que têm alguém para poder contar
nesse ano. Toda a alteração que acontecer no período deverá ser anotada.
Traga para apresentar no próximo encontro sua produção escrita.
Para os coordenadores e diretores compete o acompanhamento de cada trio escolhido nas salas
e o apoio no que for necessário para o professor conseguir encaminhar o trabalho.
EXERCÍCIO INTERMODULAR 2
Traga para o próximo encontro um objeto que para você represente o “ser professor”.
Traga para o próximo encontro um objeto que para você represente o “ser professor”.
EXERCÍCIO INTERMODULAR 3
Leia o texto sobre mediação e projetualidade e construa um texto, a partir do que entendeu e sobre suas dúvidas com relação ao trabalho por projetos. Entregue no próximo encontro, com seu nome e nome da escola em que trabalha.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Mas eu adoro extrair vesículas
O Diretor chama ao seu gabinete o jovem cirurgião, que há menos de duas semanas está trabalhando no hospital.
- Bom dia, doutor Marcelo. Tudo bem com o senhor? Como tem sido sua experiência em nosso hospital? Tem sido bem atendido? Existe algo de que gostaria reclamar?
- Não, doutor Carlos Alberto. Estou gostando muito desse meu novo emprego. Acho todos aqui extremamente competentes, os suprimentos em ordem, as salas de cirurgia excelentes e todas as enfermeiras muito atenciosas. Na verdade, estou adorando ...
- Fico feliz em saber. Este hospital é a minha vida e quero que todos sintam um imenso prazer em exercer sua missão. Mas chamei-o aqui por outro motivo. Estive analisando o prontuário de suas cirurgias e fiquei muito preocupado. Em dez dias o senhor fez quinze extrações de vesículas? Será que não houve um exagero? Em minha atividade como médico, em dezenas de hospitais que passei, jamais percebi um índice tão elevado de cirurgias específicas e, ainda mais, feitas por um único médico. Por favor, doutor Marcelo, o que está havendo?
- Não está havendo nada de anormal. Adoro extrair vesículas. Foi minha especialidade na área médica, fiz pós-graduação sobre esse tema e estou finalizando minha tese. Leio tudo sobre o assunto. Tenho até um “site” na Internet, estou “plugado” no assunto. Sem extrair vesículas, minha vida profissional não teria o menor sentido ...
- Mas, diga-me uma coisa doutor, e seus pacientes? Estavam com problemas de vesícula? Era necessário extraí-las?
- Ora doutor, sua pergunta é irrelevante. Sei lá se estavam ou não com problemas de vesícula. Isso é um detalhe clínico, o que importa é que fiz lindas cirurgias e isso só pode engrandecer meu currículo e, é claro, seu hospital. E agora, se o senhor me permite, estou correndo para a cirurgia. Chegou uma nova paciente com uma vesícula novinha em folha ...” (Celso Antunes, 1999).
- Bom dia, doutor Marcelo. Tudo bem com o senhor? Como tem sido sua experiência em nosso hospital? Tem sido bem atendido? Existe algo de que gostaria reclamar?
- Não, doutor Carlos Alberto. Estou gostando muito desse meu novo emprego. Acho todos aqui extremamente competentes, os suprimentos em ordem, as salas de cirurgia excelentes e todas as enfermeiras muito atenciosas. Na verdade, estou adorando ...
- Fico feliz em saber. Este hospital é a minha vida e quero que todos sintam um imenso prazer em exercer sua missão. Mas chamei-o aqui por outro motivo. Estive analisando o prontuário de suas cirurgias e fiquei muito preocupado. Em dez dias o senhor fez quinze extrações de vesículas? Será que não houve um exagero? Em minha atividade como médico, em dezenas de hospitais que passei, jamais percebi um índice tão elevado de cirurgias específicas e, ainda mais, feitas por um único médico. Por favor, doutor Marcelo, o que está havendo?
- Não está havendo nada de anormal. Adoro extrair vesículas. Foi minha especialidade na área médica, fiz pós-graduação sobre esse tema e estou finalizando minha tese. Leio tudo sobre o assunto. Tenho até um “site” na Internet, estou “plugado” no assunto. Sem extrair vesículas, minha vida profissional não teria o menor sentido ...
- Mas, diga-me uma coisa doutor, e seus pacientes? Estavam com problemas de vesícula? Era necessário extraí-las?
- Ora doutor, sua pergunta é irrelevante. Sei lá se estavam ou não com problemas de vesícula. Isso é um detalhe clínico, o que importa é que fiz lindas cirurgias e isso só pode engrandecer meu currículo e, é claro, seu hospital. E agora, se o senhor me permite, estou correndo para a cirurgia. Chegou uma nova paciente com uma vesícula novinha em folha ...” (Celso Antunes, 1999).
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