No caso da Profa. Kátia Cilene Souza, de primeira série, que começou o trabalho somente em agosto de 2000, o principal avanço refere-se ao diálogo.
No tocante ao diálogo este foi se aprimorando a cada assembléia realizada. Às vezes acontecia de um falar junto com o outro, mas aos poucos foram aprendendo a ouvir os colegas... Percebi que eles começam a entender o sentido do diálogo. Não foi fácil mudar esse tipo de atitude, mas agora já resolvem a maioria dos problemas sem falar em punições. Também falavam muito em levar para a diretoria ou chamar os pais. Hoje essa atitude mudou bastante. Raramente
falam em levar para a diretoria ou chamar os pais. Isso deve-se ao fato de questioná-los sobre de quem era o problema: era da diretora? Era dos pais que estavam no trabalho? Eles refletiam e decidiam de outra forma.
Nas considerações finais de seu relatório a professora afirma que:
percebe-se, assim, que no início do projeto tínhamos um grupo de alunos que não conseguiam dialogar, não falavam de seus problemas, não paravam para ouvir a opinião dos colegas e não estavam atentos ao que acontecia em sua
volta. Ao término do projeto, encontramos alunos que refletem sobre seus problemas, buscam soluções através do diálogo, têm senso de justiça, lutam pelos seus direitos e param para ouvir os colegas.
No relatório da Profa. Adriana Comin Franguelli, da segunda série:
Os alunos adoram as assembléias ; a cada assembléia realizada eles me surpreendem com as atitudes. Recordo-me bem de um fato: as meninas começaram a reclamar de os meninos passarem a mão no bumbum delas; na verdade era apenas um menino, mas, como nas assembléias tratamos do assunto e não de quem cometeu o ato, o autor do ato quis falar como se nada tivesse a ver com ele. Em uma assembléia posterior; o assunto estava em pauta novamente, pois esse aluno continuava passando a mão nas meninas. Porém, dessa vez o seu comportamento em relação ao fato foi bem diferente, não abriu a boca durante toda a discussão. Após essa assembléia não tivemos mais esse problema.
Os pais também notam as mudanças de comportamento nos seus filhos. Em uma reunião a mãe da aluna Mirtes disse-me que sua filha, que tanto batia na irmã, já não batia mais, apenas conversava. Percebe-se que as mudanças de atitudes já repercutem no âmbito familiar.
No início do ano a turma não conseguia conversar, os alunos gritavam demais na sala, se agrediam fisicamente, enfim não havia respeito entre eles.
Hoje, por mais que ainda existam conflitos, as crianças conseguem se entender, as agressões físicas raramente acontecem, todos colaboram entre si, se tornaram mais autônomos. Muita coisa boa passou a acontecer após a realização das assembléias.
para saber mais:
Prof. Dr. Ulisses Ferreira de Araújo
Faculdade de Educação / UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Para saber mais sobre disciplina na sala de aula...
Livros:
Assembléias Escolares: um caminho para a resolução de conflitos. Ulisses Ferreira Araújo. Editora Moderna.
Indisciplina na Escola : Alternativas Teóricas e Práticas. Julio Groppa Aquino (org). Editora Summus
Assembléias Escolares: um caminho para a resolução de conflitos. Ulisses Ferreira Araújo. Editora Moderna.
Indisciplina na Escola : Alternativas Teóricas e Práticas. Julio Groppa Aquino (org). Editora Summus
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